Admite!

Tão teimoso, tão cínico, chega a ser sarcástico. Quer me convencer que estou errada. Não admito! Ele parece pior que eu. Dizem que saí igualzinha a ele. Eu não acho, mas que a teimosia dele me irrita, ah me irrita.
Eu digo que é seis e ele insiste que é nove. Qual a diferença? São iguais. Mas continuo dizendo que é seis, ele não abre mão do nove. Ah, o que ele quer provar? Que consegue me persuadir? Pois não consegue. Eu digo que é seis. Não largo o seis, afinal seis é mais bonito que nove. Seis é par. Seis é múltiplo de três e divisível por dois. Insisto no seis. Ele insiste no nove, diz que é maior, e que tirar nove é melhor do que tirar seis, numa prova. Grande coisa, sempre tiro nove, mas não deixo de gostar do seis.
A quem queremos convencer? Somos iguaiszinhos. Mas admitir isso pra ele, bem capaz! Nem no sonho dele eu admito isso.
Tantas semelhanças, tantas diferenças, tantas discussões por meras besteiras, tantos assuntos por nossas afinidades... Até gosto de parecer com ele, mas ele teima demais! Não posso dar muita corda, ele já vem dizer que eu não sei das coisas. ARGH, deve ser a idade, e ele insiste em teimar que estou errada. O que ele quer mais? Só falta querer me convencer que não é convencido. Modesto que só, não duvido que queira me convencer disso.
Conviver com ele não é fácil, mas me alegro o vendo sorrir...

Tchi Bumm.

Por medo de poluir o carro, anda-se muito a pé.
O mundo ao inverso, assim ele é.

As pessoas, quem dera, fossem de pano
Só assim a agulha, duraria mais de ano.

Por medo do escuro, inventou-se o travesseiro.
Mas é no colchão que se esconde o dinheiro.

Não olhe pros lados em dias ventosos.
Desfaz os cabelos vistosos.

A mentira é pura falsidade.
Claro, nem eu sei se isso é verdade.

Creia em tudo que lhe der confiança.
Nunca se sabe quando precisará de fiança.

Por sim e não, ao ver da fera,
Esqueça, é tudo balela.

O que se quer de verdade é beleza.
Não que não se creia na nobreza.

Fuja do cotidiano fétido.
Escale montanhas e seja atlético.

Não leia o que escrevo aqui.
Mas quando me ver, puf, sumi.

Tic, Tic, Tic-Tac.

O Tic-Tac do relógio me agoniza.
Não é um Tic-Tac rápido; pelo contrário, é um Tic-Tac ocioso demais.
Aquele relógio feio e velho que guardo em meu bolso faz com que os minutos se prolonguem.
A tua falta os arrasta...
Esse Tic-Tac me aflige. Enlouquece.
Seria cômodo não escutá-lo. Mas é Tic-Tac, Tic-Tac.
Angústia, prisão. Presa ao tempo, é como estou.
Tic-Tac, Tic-Tac, ele faz. Tic-Tac, Tic-Tac, ele não passa. Faz de propósito.
Loucura, angústia, aflição, tudo ao mesmo tempo.
Tempo esse que me prende mais uma vez, tempo que o relógio marca. Mais uma vez, Tic-Tac.
Começa baixinho, aumenta, cria ritmo, faz melodias, parece música, mas não passa de um importuno Tic-Tac.
Não quero relógios em minha casa.


Presente querida professora!

Não permito-me palavras escuras.
Recolho-me ao estado de espírito exacerbado por mim.
Guardo-me a palavras doces e frágeis, todas em frascos de titánio.
Aqui o começo, daquilo que não terá fim.

Alívio

Nossa! Como foi bom, despejou toda a culpa, toda a mágoa.
A cumplicidade sempre foi nosso ideal, mas por um ato o elo se rompeu.
Eu sempre soube que poderia contar com ela. Mas de uns tempos pra cá tudo estava às avessas, não havia diálogo, não havia lealdade, sinceridade, cumplicidade. Eu senti tanta falta, me fez passar por momentos de extrema angústia.
Mas ela só queria me fazer crescer, amadurecer e encarar a realidade.
Eu a compreendi e juntas nos compreendemos. Foi uma fase, nos uniu mais e mais.
Mais uma lição que a vida nos deu, ela diria.

O que tem para o jantar?

Sabe quando tu cansa? As pessoas vão ficando ridículas e com assuntos medíocres, MSN e Orkut não tem mais graça, as piadas são repetidas. Cansei.
É mediocridade pra todos os lados, não há para onde correr.
Suportar é o que tenho feito, há tempos.
Não quero mais isso, preciso de solução. Preciso de novidade.

O que é, o que é?

É tão bom estar contigo, é tão bom sentir o teu abraço, o teu beijo, o teu carinho. Faz-me bem, muito bem.

Quero estar contigo cada vez mais. Sem medo, sem receio.

Sentir o que sinto é para poucos. É privilégio.

Ter quem tenho, é para as mais preciosas. Ou não, algumas não sabem aproveitar, desperdiçam na primeira chance.

Mas eu, eu não.

Não seria capaz, não tenho motivo. Meu egoísmo acaba onde meu sentimento começa. Tenha certeza, ele supera esse egoísmo.

Por mais vulnerável que fique, admito isso.

É estranho. Muito estranho. Novo talvez.

Porém, maravilhoso.

Permita-me chamar de amor.