Tic, Tic, Tic-Tac.

O Tic-Tac do relógio me agoniza.
Não é um Tic-Tac rápido; pelo contrário, é um Tic-Tac ocioso demais.
Aquele relógio feio e velho que guardo em meu bolso faz com que os minutos se prolonguem.
A tua falta os arrasta...
Esse Tic-Tac me aflige. Enlouquece.
Seria cômodo não escutá-lo. Mas é Tic-Tac, Tic-Tac.
Angústia, prisão. Presa ao tempo, é como estou.
Tic-Tac, Tic-Tac, ele faz. Tic-Tac, Tic-Tac, ele não passa. Faz de propósito.
Loucura, angústia, aflição, tudo ao mesmo tempo.
Tempo esse que me prende mais uma vez, tempo que o relógio marca. Mais uma vez, Tic-Tac.
Começa baixinho, aumenta, cria ritmo, faz melodias, parece música, mas não passa de um importuno Tic-Tac.
Não quero relógios em minha casa.


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