Tic, Tic, Tic-Tac.

O Tic-Tac do relógio me agoniza.
Não é um Tic-Tac rápido; pelo contrário, é um Tic-Tac ocioso demais.
Aquele relógio feio e velho que guardo em meu bolso faz com que os minutos se prolonguem.
A tua falta os arrasta...
Esse Tic-Tac me aflige. Enlouquece.
Seria cômodo não escutá-lo. Mas é Tic-Tac, Tic-Tac.
Angústia, prisão. Presa ao tempo, é como estou.
Tic-Tac, Tic-Tac, ele faz. Tic-Tac, Tic-Tac, ele não passa. Faz de propósito.
Loucura, angústia, aflição, tudo ao mesmo tempo.
Tempo esse que me prende mais uma vez, tempo que o relógio marca. Mais uma vez, Tic-Tac.
Começa baixinho, aumenta, cria ritmo, faz melodias, parece música, mas não passa de um importuno Tic-Tac.
Não quero relógios em minha casa.


Presente querida professora!

Não permito-me palavras escuras.
Recolho-me ao estado de espírito exacerbado por mim.
Guardo-me a palavras doces e frágeis, todas em frascos de titánio.
Aqui o começo, daquilo que não terá fim.

Alívio

Nossa! Como foi bom, despejou toda a culpa, toda a mágoa.
A cumplicidade sempre foi nosso ideal, mas por um ato o elo se rompeu.
Eu sempre soube que poderia contar com ela. Mas de uns tempos pra cá tudo estava às avessas, não havia diálogo, não havia lealdade, sinceridade, cumplicidade. Eu senti tanta falta, me fez passar por momentos de extrema angústia.
Mas ela só queria me fazer crescer, amadurecer e encarar a realidade.
Eu a compreendi e juntas nos compreendemos. Foi uma fase, nos uniu mais e mais.
Mais uma lição que a vida nos deu, ela diria.

O que tem para o jantar?

Sabe quando tu cansa? As pessoas vão ficando ridículas e com assuntos medíocres, MSN e Orkut não tem mais graça, as piadas são repetidas. Cansei.
É mediocridade pra todos os lados, não há para onde correr.
Suportar é o que tenho feito, há tempos.
Não quero mais isso, preciso de solução. Preciso de novidade.

O que é, o que é?

É tão bom estar contigo, é tão bom sentir o teu abraço, o teu beijo, o teu carinho. Faz-me bem, muito bem.

Quero estar contigo cada vez mais. Sem medo, sem receio.

Sentir o que sinto é para poucos. É privilégio.

Ter quem tenho, é para as mais preciosas. Ou não, algumas não sabem aproveitar, desperdiçam na primeira chance.

Mas eu, eu não.

Não seria capaz, não tenho motivo. Meu egoísmo acaba onde meu sentimento começa. Tenha certeza, ele supera esse egoísmo.

Por mais vulnerável que fique, admito isso.

É estranho. Muito estranho. Novo talvez.

Porém, maravilhoso.

Permita-me chamar de amor.

Eu?

- Sou?
- É. Não é?
- Acho que sim. Quê tu acha?
- Não acho, sou sem sorte.
- Querida.
- Sério, como vou achar?
- Ah, sei lá, pra me ajudar.
- Mas eu não posso te ajudar. Só tu pode te ajudar.
- Nem uma opinião?
- Nem uma opinião.
- Por quê?
- Porque eu não quero.